Um presente especial para você
9 de novembro de 2023Relato biográfico: Eduardo Pellissier
9 de novembro de 2023Você sabia que a Faculdade Teológica Sul Americana está localizada numa região que tem ruas com nomes de Reformadores e Pré-reformadores da Reforma Protestante?
Quem são eles?
Ao visualizar o Mapa de Localização da FTSA, na cidade de Londrina PR, você encontrará diversos nomes de precursores e reformadores da Reforma Protestante nas ruas próximas e adjacentes ao nosso endereço.
Você pode até pensar que foi interferência nossa, mas não! Coincidência? Talvez! A gente prefere pensar que foi Deus que nos trouxe para este local tão simbólico que homenageia personagens importantes da Reforma Protestante, marco histórico da fé cristã.
Confira a seguir uma breve biografia de alguns dos principais personagens da Reforma:
MARTINHO LUTERO
“Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir”
Martin Luther (1483 – 1546). Foi um monge alemão, inconformado com as práticas da Igreja Católica, que iniciou o movimento da Reforma Protestante ao publicar um documento que combatia práticas da Igreja Católica; documento esse conhecido como as 95 Teses fixadas na porta da igreja de Wittenberg no dia 31 de outubro de 1517.
A princípio, Lutero ingressou na Universidade de Erfurt aos 17 anos, em 1501, para estudar direito e tornar-se advogado (o que era um desejo de seu pai, por ser uma carreira conceituada na época), mas, em 1505, ele abandonou o direito e ingressou na vida eclesiástica. Na sua carreira como teólogo, tornou-se doutor em teologia na Universidade de Wittenberg, onde foi professor de diversos cursos de ensinamentos bíblicos.
A leitura incessante da Bíblia levou Lutero a realizar novas interpretações da fé cristã e a concluir que a salvação era obtida pela fé à luz do texto bíblico, “o justo viverá pela fé”. O destaque estava na sua tese de número 76 que dizia: “As indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa”. Também foi Lutero o autor do princípio das Cinco Solas, que são: Sola Fide (somente a fé); Sola Scriptura (somente a Escritura); Solus Christus (somente Cristo); Sola Gratia (somente a graça) e Soli Deo Gloria (glória somente a Deus).
JOÃO CALVINO
“A não ser que a Palavra de Deus ilumine o caminho, toda a vida dos homens estará envolta em trevas e nevoeiro, de forma que eles inevitavelmente irão perder-se.”
Jean Calvin (1509-1564). Líder religioso e escritor francês, conhecido como “pai do calvinismo” e considerado um dos principais líderes da Reforma Protestante. Sendo de uma geração posterior a Lutero, muitos historiadores dizem que Calvino seria para o povo de língua francesa aquilo que Lutero foi para o povo de língua alemã — uma figura quase paternal.
Sobre sua história, destaca-se que aos 14 anos foi residir em Paris, com o objetivo de preparar-se para uma carreira eclesiástica, estudando latim, humanidades e teologia. Depois, estudou direito pela vontade de seu pai, mas nunca deixou de preferir a teologia. Convertido ao protestantismo, deixou a igreja romana e foi perseguido em Paris (onde o protestantismo foi declarado ilegal). Já na Suíça, tornou-se um importante articulador e implantador das mudanças propostas pelo movimento reformador; tornando Genebra o principal centro protestante da Europa.
Foi um ávido escritor, tendo produzido diversas obras, desde Tratados de Teologia, Cartas, Sermões, Comentários, além de sua obra fundamental a “Instituição da Religião Cristã”, com suas principais doutrinas protestantes, que influenciam milhões de cristãos até hoje.
JOÃO HUSS
“Eles pensavam poder abafar e vencer a verdade, que é sempre vitoriosa, ignorando que a própria essência da verdade é que quanto mais quisermos comprimi-la mais ela cresce e se eleva.”
Jan Hus (1369-1415). Foi um padre da Boêmia (onde hoje se localiza a República Tcheca), excomungado em 1410 e queimado na estaca em 1415 por sua oposição à Igreja de Roma. Ele antecipou os reformadores e inflamava a sociedade com suas pregações, especialmente ao falar sobre a criação de um mundo de justiça social que entrava em conflito com a situação de exploração e miséria a que estavam submetidos os camponeses da Boêmia.
Huss defendia a Bíblia como a autoridade máxima de fé; argumentava que Cristo, em vez de qualquer oficial eclesiástico, é o verdadeiro chefe da igreja, e que a verdadeira igreja é o corpo invisível de crentes que foram eternamente eleitos por Deus para a salvação e incorporados em Cristo como a sua cabeça. A pregação do “pequeno ganso de Deus”, como Huss era chamado, atraía multidões.
JOÃO KNOX
“Na causa do Evangelho de Cristo, tu deves ser encontrado simples, sincero, fervoroso e sem fingimento”
John Knox (1514 – 1572). Na Escócia, foi ordenado padre ainda jovem e na universidade, estudou a literatura de Agostinho. Por volta de 1546, já era conhecido como um destemido pregador protestante, que combatia a Igreja Católica Romana, chamando-a de sinagoga de satanás, condenando a missa como uma idolatria e o papa um anticristo. Desenvolveu a visão Reformada junto com o mestre João Calvino.
Nesse tempo, pregou aos refugiados de fala inglesa e organizou uma igreja no modelo presbiteriano. O Parlamento Escocês se reuniu em 1º de agosto de 1560 e John Knox e outros líderes estavam presentes para apresentar a defesa do protestantismo. Ali nasceu a Confissão de Fé Escocesa, examinada pelo parlamento e adotada como credo para todo o povo da Escócia.
JOÃO WYCLIF
“A verdadeira autoridade emana da Bíblia, que contém o suficiente para governar o mundo”
John Wyclif (1328-1384). Foi um teólogo inglês, professor, considerado o precursor de Lutero e Calvino. Com 18 anos de idade foi estudar Teologia, Filosofia e Legislação Canônica em Oxford, mas, ao ampliar seus estudos, já como doutor e reitor, propôs uma reforma religiosa na Inglaterra, que só iria se concretizar dois séculos depois.
Dedicou-se em traduzir a Bíblia para o inglês, a fim de torná-la acessível ao povo; atacou a hierarquia eclesiástica, criticou o papado e o alto clero, voltou-se contra todos os dogmas da Igreja católica e condenou o acúmulo de bens por parte da igreja, afirmando que os bens terrenos do clero deviam ser tomados e a Igreja devia se dedicar apenas aos assuntos espirituais.
GUILHERME FAREL
“Confessamos que a entrada que temos para os grandes tesouros e riquezas da bondade de Deus nos é concedida por meio da fé; na medida em que, com certa confiança e garantia de coração, acreditamos nas promessas do evangelho e recebemos a Jesus Cristo como ele nos é oferecido pelo Pai e descrito pela Palavra de Deus.”
Guillaume Farel (1489 – 1565). Era um sacerdote católico, francês, que ao se converter ao protestantismo tornou-se um defensor ardente da Reforma. Ele também foi fundamental na disseminação do movimento reformado na Suíça, passou algum tempo em Zurique com Ulrico Zuínglio e em Estrasburgo, com Martin Bucer e trabalhou ao lado de João Calvino.
Junto com Calvino, Farel trabalhou para treinar pregadores missionários a fim de difundirem a causa protestante em outros países, especialmente na França. Além de seu trabalho como pregador e teólogo, também lutou pelos direitos dos pobres e oprimidos. Sofreu muitas perseguições, sendo expulso de várias cidades, por causa de sua postura enérgica e combate crítico à Igreja Católica.
ULRICO ZUINGLIO
“E quanto à verdade, não podemos abandoná-la, mesmo que isso implique na perda de nossa vida, pois não vivemos para esta geração, nem para servir aos príncipes, mas para o Senhor”
Huldrych Zwingli (1484 – 1531). O teólogo suíço, Zwingli estudou teologia na Universidade de Viena e na Universidade de Basel, onde teve contato com as ideias humanistas que estavam se espalhando pela Europa na época. Ele foi ordenado sacerdote em 1506, mas, foi em Zurique que se destacou como líder religioso. Ainda como padre, em 1519, da principal igreja na cidade de Glarus, a Catedral de Grossmünster, ele começou a pregar contra os abusos da Igreja Católica Romana, defendendo uma reforma baseada na Bíblia.
Independente de Lutero, Zwingli também publicou suas teses, nas quais condenava o culto aos santos, o celibato clerical e a venda de indulgências, doutrinas que trouxeram fortes influências ao movimento da Reforma na Suíça, à implantação de novas igrejas reformadas e até mesmo às confissões calvinistas. Apesar de sofrer forte oposição e vivenciar conflitos com seus opositores, Zwingli foi morto em combate durante a Segunda Guerra de Kappel, em 1531.